quarta-feira, abril 23, 2008

Na janela

Uma menina na janela.

MENINA NA JANELA

É uma menina na janela.
O que ela vê não se sabe.
Só se sabe que ela contempla alguma coisa.
O que ela pensa não se sabe.
Só se sabe que ela se escuta um segredo.
O que ela sente não se sabe.
Só se sabe que seu peito pulsa toda emoção contida ali.
O que ela ouve não se sabe.
Só se sabe que se é música ela não canta e se é barulho não a incomoda.
Se é uma menina na janela, ao certo não se sabe.
Só se sabe que ela se fecha quando a janela se abre.

(Sussy)

MENINA NA JANELA

A menina na janela tentava por todas as teorias entender o mundo.
Cada semana achava ter descoberto uma lei definitiva.
Mas só achava frustração na mudança.
A menina na janela resolveu então relaxar.
Toda vez que olhasse não iria pensar.
Toda vez que sentisse não tentaria explicar.
E toda vez que se emocionasse não iria mais racionalizar.
A menina na janela resolveu que a partir daquele momento, se amasse, amar-se ia, sem sequer se avisar.
A menina na janela lá ficou com seus olhos doces por longos anos.
Seus olhos não pensavam mais, só viam muito.
Seu coração não julgava, sentia bastante.
Seu corpo ali era apenas um tripé para seus olhos/câmera de rolos infinitos.
A menina na janela não esperava mais como as outras da cidade.
Não buscava amor! Ele vinha.
Ali passou sua vida com tardes de todos os tipos até o dia em que o sol amanheceu e anoiteceu, e a janela não se abriu.

(Léo Santos)

Um comentário:

Mariana Paiva disse...

imaginei uma menina olhando o horizonte, sustentando seus pensamentos nos cotovelos.
Se olhar lá dentro dos olhos vc vai ver algo q assusta: o brilho que o olhar dela tem qndo reflete o que está fora da janela.
O mundo todo era capaz de caber ali. Mas o mundo dela não. Só cabe o que ela deixa escapolir.

adoro
bjooo