terça-feira, abril 03, 2012

Virou história

Agora estou aqui ó:

www.virahistoria.com.br

Dá uma passadinha lá. ;)

sexta-feira, março 02, 2012

Jack Nicholson é brasileiro

Arlete era estagiária de abertura de contas. Estava no banco há 3 dias. Burra como uma porta, uns pernões. O gerente conseguiu que ela cuidasse só da cópia dos documentos. Uma tarefa sem muitas emoções. Mas só até ontem.

Ontem foi diferente. Arlete parou. Congelou. Tremeu. O Coringa estava lá. No seu banco! Pertinho dela. Sem pensar duas vezes, Arlete ligou pra passar inveja na amiga:
- Julienedocéu! O Coringa tá aqui no banco!
- ...
- É! O Coringa! Do Batman! To até tremendo!
- ....
- Aquele ator americano!!! Como é que chama mesmo?? Jack seiláoquê...
- ...
- Isso! Jack Nicholson! Isso mesmo! Ele tá aqui! Tô com a identidade dele na minha mão pra tirar cópia! E olha o bafo: o nome verdadeiro dele é João Pedro.
- ...
- Te juro! João Pedro dos Santos!!! E, olhando bem, ele tem cara de João mesmo, viu?!
- ....
- Ai, Juliene! Nunca ouviu falar em nome artístico, não? Jack Nicholson é muito mais chique. Coisa de artista!
- ...
- E ó: não é americano porcaria nenhuma. Tá aqui que nasceu em Alagoas. É, minha filha! Todo famoso tem seu segredinho. Quero até ver quando eu postar no face! Agora deixa eu ir lá que não saio daqui sem meu autógrafo.


Qual foi a tristeza de Arlete ao descobrir que, na verdade, a identidade tinha sido falsificada. E o pior: por um homem que não fazia a menor ideia de quem era Jack Nicholson. Ele apenas tinha jogado no Google: “homem 60 anos foto 3 por 4”. Pegou o primeiro branco que apareceu e foi tentar abrir sua conta. Como é que ele ia adivinhar que o cara era famoso? Coringa? João, ou seja lá qual fosse seu verdadeiro nome, nunca tinha passado na porta de um cinema.





Avacalhado de fatos absurda e divertidamente reais:

http://blogs.estadao.com.br/radar-pop/homem-e-preso-em-recife-por-apresentar-rg-com-foto-de-jack-nicholson/

terça-feira, novembro 15, 2011

87 ANOS, ATROPELADA E MAL FALADA.

Marcelo bateu com seu carro em uma velhinha. Ela tinha 87 anos. Marcelo matou uma pobre velhinha de 87 anos. Atropelada!
Numa distração inexplicável ele não viu quando a pobre velha de vestido estampado atravessava a faixa. Faltavam só duas tiras de cal para ela estar a salvo na calçada. Só duas! Devia ter andado mais rápido, ela pensaria se tivesse sobrevivido.... Mas ela se foi. Foram com ela. Foi. Foi ele, o Marcelo.

Sem chance de último suspiro, sem poder contemplar o mundo pela última vez ou de ouvir um tu.......tu....... dos aparelhos que sonhava em estar ligada um dia, sentiu a força de muitos quilômetros por hora romperem o seu frágil motor da vida. Na verdade ela já vivia em ponto morto desde que seu marido foi dessas para uma melhor. Era só, a coitada. Dona Esmeralda, 87 anos, velha sozinha nesse mundo, pobre velhinha que morreu atropelada – um horror!

Voltando ao banco do motorista, lá estava o Marcelo. Na emoção do calor, ainda branco de susto, com os lábios da cor dos cabelos da velhinha, Marcelo lembrou que estava perdido. As leis de trânsito eram as mais severas do país. Ele tinha lido na internet há pouco tempo que elas eram muito piores que as criminais. Ele estava perdido! Estava! Sem pensar muito foi logo se adiantando. Desceu do carro chamando a pobre senhora de maldita. Ela pagou, afinal. Achou que ele nunca ia descobrir? Pois sim. Marcelo soube de tudo. Ela estava saindo com o s. Guilherme do 702 para jogar gamão todo fim de tarde enquanto ele trabalhava. Onde é que ela pensava que ia com aquele vestido estampado? Ele era um idiota, por acaso? Antes que ela consumasse o ato, ele a atropelou bem ali, num golpe certeiro da sua arma de 4 portas. Tudo de caso pensado. Crime passional, a imprensa noticiou.

Avó de ninguém nesse mundo, dona Esmeralda não teve defesa. Já o Marcelo, réu primário, respondeu em liberdade. Dona Esmeralda ficou muito tempo ainda na boca do povo, que achava pouco. Onde é que já se viu? Uma senhora daquela idade...


(A partir de uma análise do colega Vinícius Gontijo sobre o nosso código criminal)

domingo, outubro 16, 2011

O Verão do sol, do biquíni, da água de coco,
das roupas coloridas e do vento nos cabelos
foi servir de nome logo para um dia com uma hora a menos.
Vingança do Inverno ciumento.

sábado, outubro 08, 2011

Seu Corrêa - O taxista que me pagou um café, mas cobrou a corrida.

(Suposta – e floreada - visão do Taxista)

Era uma moça com uma mala. Ela parecia cansada. Tinha decido de uma táxi branco como o meu e cambaleou com a bagagem como se fosse pesada demais pra ela. Não tirou nenhuma chave da bolsa, o que me fez concluir que era uma visita. Muito cedo para uma visita aparecer, eram 7 da matina. Eu tinha acabado de chegar ao ponto e não havia pego nenhum passageiro ainda. O movimento estava parado e me permitiu observá-la. Os transeuntes são os personagens dos taxistas. Os assistimos como a única novela que conseguimos acompanhar. Os protagonistas normalmente são os passageiros, alguns de cinema mudo, mas ainda sim protagonistas.

Voltando a cena da moça, ala não tinha uma chave e estranhamente não tocou a campainha. A vi retirar o celular da bolsa e ligar. Ligou uma, duas, três vezes. Impaciente, encostou-se na portaria do prédio sem porteiro. Havia mais que cansaço naquele olhar. Olhou para meu táxi e não me viu. Seus olhos percorriam outro destino. Acredito que pensou em ir embora. Mas não foi longe. Carregou a bagagem e sentou-se na padaria ao lado.

Calculadamente escolheu uma cadeira que a deixava de frente para a portaria, de forma que ela pudesse perceber qualquer movimento. Na primeira vez que pensei em me aproximar, surgiu um passageiro. Droga. Tão cedo e gente já pensando em corrida? Mas eu não podia recusar cliente. Fui o mais rápido que pude naquele trânsito infernal que enfrento desde que sai da minha Paraíba, há mais de 30 anos. E ele nunca pareceu me castigar tanto com a sua demora. Tinha certeza de que quando eu voltasse para o ponto ela já não estaria mais lá. Mas estava.
- Ainda não tocou a campainha?
- Como?
- Vi quando você chegou. Não fica triste não.
- Não estou triste não, apenas esperando.
- Toda espera é triste, não é mesmo?
- Pode ser.
Eu percebi que ela não queria conversar. Percebi também que meu próximo passageiro não queria esperar. Parti dizendo que voltava logo. Ela sorriu amarelo, com certeza torcendo para que não estivesse lá quando eu retornasse. Nada pessoal, tenho certeza. Afinal, o que ela mais queria era que uma porta se abrisse e a tirasse dali. Eu só queria conversar com ela, não sei bem o motivo, mas nós, taxistas, percebemos quando devemos puxar assunto. Aquela moça era do tipo de passageira que se sentava no banco da frente.

Sem querer e sem ter escolha, fui para mais uma corrida, dessa vez era bem perto. Voltei e ela estava na mesma posição que deixei: queixo apoiado na mão, apoiada no braço, apoiado na mesa. Ofereci então meu apoio.
- Já tomou café?
- O do avião.
- Mas aquilo não é café. Vou pegar um pra você.
- Não, não. Não precisa, obrigada!

Menos de um minuto depois eu estava sentado na mesa com um café em cada mão. A moça ficou sem graça, mas bebeu. Não se recusa um café de um senhor. Principalmente quando ele já passou dos seus 60 anos. É. Isso facilita a aproximação, mas dificulta outras coisas. Mas não falemos aqui de quais intenções eram as minhas. Naquele momento, apenas tornar a espera da jovem menos lenta. Ela mostrou interesse pela minha história. Contei da minha Paraíba, das minhas andanças, da família, da saudade da terra. Só depois percebi que a esperta moça havia conseguido tirar todo o foco de cima dela. E quando perguntei quem ela havia ido visitar, mais um passageiro me chamou. Aquela passageiro mal educado não podia esperar nem mais um gole.
Quando voltei, a moça já não estava lá. Seu café estava por dois dedos. Havia uma marca de batom no copo. Não consegui terminar meu café aquele dia e deixei as outras refeições pela metade. Teria ela tocado a campainha ou teria se tocado?
Não sei. Dias depois ela entrou no meu táxi. (Numa cidade daquele tamanho e ela entrou justo no meu táxi!) Mas ela falou ao celular a viagem toda, aposto que de propósito só pra eu não puxar assunto. Só de raiva eu cobrei a corrida. Bandeira dois.

segunda-feira, agosto 01, 2011

Num dia você sente.
No outro, sente muito.

domingo, julho 24, 2011

A saudade me sente.
Sente meu cheiro.
Sente meus passos.
Sente que estou ali.
E aí nos encontramos.