Nas primeiras vezes em que vi Olência, ela era uma estranha.
A vi de longe, com outras pessoas.
Parecia de outro mundo.
Depois vi Olência de perto.
Como era mais feia! Como cheirava mal! Como desviava os olhos!
Olência era horrível, mesmo. De assustar.
Ela descobriu onde eu morava.
Era uma inconveniente!
Aparecia nas horas mais impróprias.
Vi Olência ao acordar.
Vi Olência ao fim do dia.
Vi Olência com minha mãe.
Vi Olência com meu pai.
Vi Olência com meu irmão.
Acho que ela gostou da minha família.
Na verdade, Olência foi bem legal com ela.
Soube que com outras pessoas ela é bem cruel.
Hoje vi Olência me cegar o medo e a coragem.
Por mais que eu tranque a porta ou me mude, sei que Olência vem quando quiser.
Não posso com ela.
Ninguém pode.
Logo vi.