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(tlic)
- Quantas caixas, senhora?
sábado, abril 09, 2011
lacuna na coluna
.
Carrego
tantas
dentro
de mim
que qualquer
dia desses
a minha
pobre alma
reclama
de
escoliose.
Carrego
tantas
dentro
de mim
que qualquer
dia desses
a minha
pobre alma
reclama
de
escoliose.
.teoria do choro.
Ela chega primeiro ao nariz,
dá uma tremidinha bem de leve e a danada sobe correndo em direção aos olhos.
Para mim, lágrima é um espirro mal sucedido.
Provalmente de um coração resfriado.
(Sussy Côrtes - Pós-doutorada em Chorologia pela Universidade das Ciências Ocultas, a mesma em que o Chicó estudou).
dá uma tremidinha bem de leve e a danada sobe correndo em direção aos olhos.
Para mim, lágrima é um espirro mal sucedido.
Provalmente de um coração resfriado.
(Sussy Côrtes - Pós-doutorada em Chorologia pela Universidade das Ciências Ocultas, a mesma em que o Chicó estudou).
sexta-feira, abril 08, 2011
A leitura deste é de responsabilidade exclusivamente sua.
Chegou mascando chicletes.
Odiava mascar chicletes, mas odiava bem mais escovar os dentes.
Jogou-se no sofá. O "se" refere-se a sua cabeça, que pendeu sem pestanajar.
O teto estava tão branco que ela teve vontade de cuspir só pra sujá-lo, mas lembrou que o cuspe para o alto é dos mais vingativos.
Ali ficou, a espera de que algo acontecesse, mesmo que fossem os passos do vizinho no andar de cima.
O telefone celular continuava na sua mão, tão mudo e tão imbecível.
Preguiçosamente tirou o sapato com a habilidade incomparável dos seus dedos dos pés.
Tinha chulé, morria de preguiça de secar o entrededos, mas gostava mesmo era de pedir um remédio para frieiras na farmácia, por pura diversão. Assim como o mata piolhos que comprava sempre que estava entendiada.
Não, ela não era louca. Achava-se absolutamente normal. Desesperadamente normal.
A única coisa realmente estranha era seu sonho secreto: o de soltar a flatulência mais alta de todo o universo!
Morria de rir ao imaginar todas as pessoas do mundo tapando o nariz ao mesmo tempo e olhando para quem estivesse ao lado com cara de não fui eu.
Ela sinceramente ria disso.
Súbito, foi em direção a janela. Ok, ela sentou-se de novo no sofá. Eu apenas gostaria muito de usar "súbito" no texto. Acho uma palavra tão altiva, tão sexy. Mas não acho que ela deva se matar. Então, súbito ela resolveu ligar a TV no polishop. Comprou desesperadamente 5 churrasqueiras elétricas.
Sentiu um prazer tão grande naquilo que fez seu miojo e foi dormir. No outro dia tinha que avisar para o porteiro que ia se mudar. Seu grandíssimo prazer era fazer encomendas que fossem devolvidas ao remetente. Ficava do outro lado da rua olhando e morrendo de rir.
Odiava mascar chicletes, mas odiava bem mais escovar os dentes.
Jogou-se no sofá. O "se" refere-se a sua cabeça, que pendeu sem pestanajar.
O teto estava tão branco que ela teve vontade de cuspir só pra sujá-lo, mas lembrou que o cuspe para o alto é dos mais vingativos.
Ali ficou, a espera de que algo acontecesse, mesmo que fossem os passos do vizinho no andar de cima.
O telefone celular continuava na sua mão, tão mudo e tão imbecível.
Preguiçosamente tirou o sapato com a habilidade incomparável dos seus dedos dos pés.
Tinha chulé, morria de preguiça de secar o entrededos, mas gostava mesmo era de pedir um remédio para frieiras na farmácia, por pura diversão. Assim como o mata piolhos que comprava sempre que estava entendiada.
Não, ela não era louca. Achava-se absolutamente normal. Desesperadamente normal.
A única coisa realmente estranha era seu sonho secreto: o de soltar a flatulência mais alta de todo o universo!
Morria de rir ao imaginar todas as pessoas do mundo tapando o nariz ao mesmo tempo e olhando para quem estivesse ao lado com cara de não fui eu.
Ela sinceramente ria disso.
Súbito, foi em direção a janela. Ok, ela sentou-se de novo no sofá. Eu apenas gostaria muito de usar "súbito" no texto. Acho uma palavra tão altiva, tão sexy. Mas não acho que ela deva se matar. Então, súbito ela resolveu ligar a TV no polishop. Comprou desesperadamente 5 churrasqueiras elétricas.
Sentiu um prazer tão grande naquilo que fez seu miojo e foi dormir. No outro dia tinha que avisar para o porteiro que ia se mudar. Seu grandíssimo prazer era fazer encomendas que fossem devolvidas ao remetente. Ficava do outro lado da rua olhando e morrendo de rir.
.Rima.
Quis saber se minha vida era tão triste assim.
Assim como?
Triste assim, tipo tragédia.
Tipo muito sofrimento.
Quis saber se eu não tinha um amor,
se eu não pegava ninguém,
se eu sofri algum trauma na infância.
Quis porque quis saber de onde vinha tanta dor.
Ficou tão deziludido quando contei que era feliz.
Ele não sabia que o poeta era mesmo um bom fingidor.
Fingi naquela momento que era poeta.
E ele nem viu quando escondi meu lenço.
Assim como?
Triste assim, tipo tragédia.
Tipo muito sofrimento.
Quis saber se eu não tinha um amor,
se eu não pegava ninguém,
se eu sofri algum trauma na infância.
Quis porque quis saber de onde vinha tanta dor.
Ficou tão deziludido quando contei que era feliz.
Ele não sabia que o poeta era mesmo um bom fingidor.
Fingi naquela momento que era poeta.
E ele nem viu quando escondi meu lenço.
.Be happy.
Procuro a felicidade como um porco que chafurda na lama.
Seguindo pistas de amigos, de lembranças,
de sonhos, de amores, pistas de um amor, eu procuro a felicidade.
Ela brinca de cabra cego comigo (ou seria cobra?)
Procuro a felicidade como se ela estivesse me esperando do outro lado da rua
ou no final de uma piada.
Procuro a felicidade como quem prefere contos porque o final está a duas páginas.
A procuro seguindo um retrato falado de pessoas que eu nunca vi.
Procuro a felicidade como um porco que chafurda na lama desesparado,
como se pudesse encontrar a qualquer momento o seu reflexo.
Seguindo pistas de amigos, de lembranças,
de sonhos, de amores, pistas de um amor, eu procuro a felicidade.
Ela brinca de cabra cego comigo (ou seria cobra?)
Procuro a felicidade como se ela estivesse me esperando do outro lado da rua
ou no final de uma piada.
Procuro a felicidade como quem prefere contos porque o final está a duas páginas.
A procuro seguindo um retrato falado de pessoas que eu nunca vi.
Procuro a felicidade como um porco que chafurda na lama desesparado,
como se pudesse encontrar a qualquer momento o seu reflexo.
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