domingo, maio 18, 2008

na boca, o estômago.

Ela passava por ali, resolveu entrar. Era um lugar bem aconchegante. E apesar disso, aquela era a primeira vez. Em meio a tantos significados ela sentia um misto de ânsia e de vômito. Aí ele chegou. “Posso ajudar?”. Ela viu aqueles olhos de sonrisal e sentiu alívio em seu estômago. E apenas sorriu. Ele, missionário dos que querem ser lidos e auto-entitulado guia dos querem ler, falou de muitos pra ela. Autores, capas, prêmios, enredos. Teria ele lido toda a livraria, foi o que ela pensou. Seu hálito tinha cheiro de literatura e ela teve vontade de se sentar e pedir para que ele lhe contasse histórias de acordar. Mas apenas ouviu querendo danadamente ler. Ler de tudo. Ler tudo de. Sem parar. Compulsivamente, como quem tem por pouco tempo o diário da humanidade nas mãos e a única chance de descobrir seus segredos. Só que ela vai embora levando apenas papéis em branco. Muitos. Incontáveis. E lápis sem pontas. Queria vomitar-escrever. Era a reação adversa daquele leitor-sonrisal.

Um comentário:

Mariana Paiva disse...

Preciso q alguem me conte histórias de acordar.

URGENTE!