quarta-feira, dezembro 13, 2006
segunda-feira, dezembro 11, 2006
Amigos
A da risada e do bundinha
A mais que lindia melodramática
As que diziam migaaa
As que diziam lindiaaa
A das caretas
O mestre
O que dizia foda-se
Os que aprenderam a dizer foda-se
A fofa
A cosmopolita
O casal mais casal
A gracinha e o gracinho
A do sorriso lindo pra mais de metro
A amiga gêmea, compreensiva e sincera
O rei dos sotaques e do requebrado
O sexomaníaco
O rabugento mais legal do mundo
O artista do digamos
A artista do estilo
O stress e os ETs
A foguinho mais duplinha
A doidinha que conseguia tudo
As de sempre e pra sempre
Os de sempre e pra sempre
Ô pessoas especiais essas, viu?! São os responsáveis pelo que levo de melhor da faculdade. As melhores lembranças, risadas, surpresas, abraços, sorrisos, olhares, palavras, silêncios. Algumas das pessoas que estavam ao meu lado quando um abismo me engoliu e me deram a mão, me dizendo para ser forte. Amigos que me fizeram querer ir a faculdade nos piores dias da minha vida apenas por saber que lá eu encontraria consolo em abraços sinceros. Amigos com os quais me sinto à vontade para ficar calada ou falar demais. E até para descer até o chão (aff). Cada um de vocês vai fazer muita falta e espero, de verdade, que nãos nos percamos uns dos outros.
sexta-feira, dezembro 08, 2006
sexta-feira, dezembro 01, 2006
terça-feira, novembro 28, 2006
Desnacimento
terça-feira, novembro 21, 2006
Guardar o guarda-chuva
É só tirar a pedra do sapato, tirar o sapato também. Pisar no chão e nas pedrinhas que não machucam e cair na chuva. A meteorologia promete casamentos da raposa para os próximos dias.
Parabéns Aline, nossa sábia amiga mestra.
E viva as doidinhas Nalu, Paula, Kécia e Andréia!
sexta-feira, outubro 06, 2006
Deixa ele falar, deixa...
quarta-feira, outubro 04, 2006
Na fila da lotérica. De como PC Farias não morreu.
- Tem nada sô. Num lembrô do tal do Palhoci que foi mês passado, vai se lembrar do Collor que já tem um monte de ano?
- É verdade. Brasileiro não tem jeito mesmo. Acredita em tudo.
- A sinhora num há de vê que outro dia eu confirmei uma suspeita minha?
- Ah é? Que suspeita? Num vai me dizer que é a de que o Lula não sabia de nada mesmo?!?
- Nossasinhora... Credu em cruiz, mas essa nem eu que num tenho istudo aquerdito.
- Tá certo! O que o senhor descobriu?
- Eu discubri que o PC Farias tá vivo. Descobri não. Confirmei. Porque naquela historinha pra boi dormir eu nunca aquerditei.
- PC Farias ? Num era .. como é mesmo ... PCC?
- Não... PC Farias, aquele bigududo que era tesoureiro do Collor... Aquele que “dizem”... foi encontrado com uma potranca morta, com o perdão da palavra.
- Ah... lembrei aquele que matou a amante e se matou depois. Ou foi ela que matou ele e depois se matou? Lembro que na época foi quase um Romeu e Julieta né?! À brasileira, mas um fim de história de amor bem trágico.
- Tá venu? Eles contaram aquela historinha mela-cueca e todo mundo aquerditô. Disseru que era crime de amor, que mataram por amor. Se ainda fosse por dinheiro, mas amor? Que papo furado...
- O senhor está louco? Ele não pode estar vivo. Todo o Brasil viu ele morto.
- Mais num era ele. Era bem paricido, aqueles dubrê sabe? Mataram um coitado, um barrigudo, careca, bigodudo e muito do azarento... e fizeru todo mundo pensa que era ele.
- Ai ai ai.. essa história tá muito confusa. De onde o senhor tirou isso?
- Foi agora, antes de eu voltar da roça. Tava passanu uns dia cum minha fia, e um capataz da fazenda do lado me contô. Ele trabáia na fazenda da famia do PC. Disse que ele ta vivim da silva, no bem bão lá no Estadozunidu. Disse que fez implante na careca, tirô o bigode e deu uma ismagricida boa. Mudou de nome e tudo. E ele falou que ele inté vem no Brasil de vez em quando pra ri da nossa cara. Inté hoje tá gastanu o dinheiro dos trambique do governo do Collor.
- Nossa... Não sei o que dizer.
- Pois é, tamém fiquei bobo quando soube, mas eu sempre achei que aquela história tava mar contada. E tem mais, acho que foi o PC que pagou a porpaganda do Collor, cê num viu que ele fez campanha em só um mês. É que tava cumpricado carrega dólar urtimamente e inté chega aqui no Brasil demorô um bucado... mais num é que o danado se elegeu?
- Poxa vida... o senhor hein? Um belo analista político... E essa fila, não anda?
- Ah fia, fila é igual ao sistema político, devagar devagar, uma hora mata a gente. Por falar nisso, ocê sabia que Tranquedo morreu foi de morte matada né? Num foi murrida ingual falaro não.
- Hã?
- É! Deru um injeção danada dele. Injeção de câncer. Por causa diquê ocê acha que ele sarava de uma coisa e ficava ruim da outra? Sarava dum lado e ficava ruim do outro?
- Não me leve a mal, mas acho que o senhor é maluco!
- É.. sou memô, maluco por ainda aquerditá nessse país. Óia moça, pois ocê trata de disconfiá mais das coisa viu? ... Num aquerdita em tudo que falam por aí não, eles acha que o povo é bobo, que inventam quarqué história mirabolante e que nóis vai inguli. A maioria ingoli sem mastiga... agora eu? Por causa de que ocê acha que to acabado desse jeito? É de tanto martigá e martigá essas pedrera que jogam na nossa cara tudo que é dia. E óia que a maiuria eu cuspo longe. Ó tão chamanu. É a veiz da sinhora.
Baseado em um diálogo ouvido pelo meu irmão Wesley na fila de uma Agência Lotérica, um dia depois das eleições.
sexta-feira, setembro 22, 2006
terça-feira, setembro 19, 2006
Especulações
Deixavam os terrenos lá, ociosos.
Esperando o dia em que pudessem valer mais.
Depois passaram a fazer isso com os sentimentos.
Começaram a especular as palavras, a especular os ouvidos.
Depois os braços. Os abraços vinham cada vez menos. Os beijos iam ficando curtos, secos, apressados. E uma palavra não vinha jamais: 05 letras. Conjugá-la na primeira pessoa? Nem pensar.
E assim iam guardando, especulando.
Beijos, abraços, olhares, palavras, ouvidos...
E o saco ia enchendo, enchendo... Pensavam que poderiam abri-lo amanhã. Mais tarde. Depois. Pra que dizer hoje, viver hoje, sentir hoje... o que poderia ser vivido, sido, e sentido amanhã, mais tarde, depois?
E os dias passavam.
Os sentimentos ficavam valorizados e desejados, como o lote abandonado que despertava a imaginação das pessoas.
Um passava e dizia que o lugar seria ótimo para uma praça.
Outro dizia que daria uma bela mansão. O menino gritava que seria um grande campo de futebol.
E assim, aqueles que esperavam pelos sentimentos, pensavam no dia em viria o beijo ou o abraço ou quem sabe, aquele pedido de desculpas.
Mas o dia acabava e o sentimento continuava guardado.
De tão fechado, o nó que amarrava o saco de sentimentos se tornava difícil de desatar e o saco, cada dia mais difícil de carregar.
Até que o proprietário do saco decidiu se desfazer dele.
Já tinha rendido bastante, crescido muito.
Se fosse um lote, faria um belo negócio com a venda.
E resolve parar e abrir o saco.
Vê que o beijo está lá, sedento.
O abraço, apertado e sem espaço.
Vê que o pedido de perdão estava quase sem voz.
E que o olhar já quase se fechava.
Mas um sentimento pulsava e dava vida a todos os outros. Era o amor.
O tempo passará e ele estava lá, e corava-se ao saber que finalmente sairia do saco.
E saltaram todos, de uma vez.
Mas o saco vazio foi se enchendo novamente.
O pedido de perdão não encontrou quem procurava.
O beijo não encontrou a boca.
O abraço não encontrou colo.
O olhar não viu ninguém.
E o amor, que respirava ofegante, percebeu que seu coração batia sozinho.
E voltaram para o saco, fracos, quase sem vida.
E o saco, que já estava apertado para aquele tanto de sentimentos, teve que abrir espaço para outros. Veio a culpa, a dor, o arrependimento.
E para ficar ainda mais difícil, chovia todos os dias dentro do saco.
Lágrimas e mais lágrimas.
Choravam pelo terreno ocioso que já não achava interessados.
O dono do saco, sem forças, se arrastava com ele, que estava cada vez mais pesado.
E juntos, choravam pelo tempo que haviam perdido.
Pelo amanhã que esperavam e que não chegou.
quinta-feira, setembro 14, 2006
Ficar
Uma mochila nas costas e nenhuma idéia na cabeça.
Partir sem rumo, sem mapa, sem bússola.
Apenas ir e sentir ares nunca antes respirados.
Ver um azul diferente no céu.
E a água como eu via antes.
Voltar a rir ao ver um rio.
E só rir.
Mas desisto.
Percebo que enquanto vou, só os rastros ficam.
A dor vai junto na mochila.
sexta-feira, setembro 08, 2006
Do branco ao vermelho
Na cabeça, branco.
O monitor também em branco, me fitando.
O teclado me insultando.
Cada uma de suas teclas me pedindo para apanhar.
E eu, sem nenhuma vontade de bater.
Não sem motivo.
Sempre tive pena da mão pesada que caía sobre a criança inocente.
E aquele teclado inocente estava ali.
Sonhava em ser a ferramenta que escreveria lindas histórias.
E se remexia, com cada uma de suas letras me sugerindo um começo.
O Caps Lock ativado me dizia para começar com maiúscula.
Mais adiante, um ponto pulsava.
E o teclado, pálido, não sabia o porquê da minha inércia.
Já me havia dito para começar com maiúscula e terminar pelo ponto.
O que eu mais queria?
Ele não sabia que o problema era justamente o meio.
O meio em que eu estava.
Em meio de tanta gente, espancadoras de teclado.
E eu, com meu coração mole e fraco, não tinha coragem de bater.
E o job me fitava de novo.
E minhas mãos, sem saída, ficaram vermelhas de vergonha e de bater no inocente e sonhador teclado, que por sua vez batia no monitor, que batia no papel e tirava sua pura brancura imprimindo-lhe letrinhas sujas.
E, com o coração me batendo forte e veloz, tive que passar por aquele papel.
Enquanto minha carne se batia, o teclado tremia e tramava se jogar da janela com o monitor. Ensaiavam um final glorioso, ditado por sua mente criativa.
Mas cheguei a tempo de dizer que haviam batido o martelo.
Com um sorriso mórbido me disseram que eu havia matado o job.
Era meu primeiro jobcídeo.
E antes que eu pudesse dedicar um minuto de silêncio mental para a vítima, colocaram outra na minha mesa.