- Acho que já está chegando a hora.
- Como sabe?
- Olha ali... Acabaram de parar na esquina. Consegue ler a placa?
- Cinco e noventa e nove... Uvas. Acho que é isso...
- Droga. Era o que eu imaginava. O "espírito do natal chegou".
- Você não gosta?
- Odeio as malditas luzes que colocam na gente nessa época.
- Ah... eu adoro! Por mim ficaria com elas o ano todo.
- Deus me livre. Eu não consigo dormir com aquele acende e apaga.
- É pisca-pisca.
- Exatamente, não consigo pregar o olho. Se não bastasse todo o movimento durante o dia e ainda os malucos que passam gritando a noite...
- Não seja mal humorada. Você fica tão mais bonita enfeitada.
- Queria mesmo era ter nascido viela. Daquelas sem saída.
domingo, dezembro 12, 2010
E o vento levei.
segunda-feira, agosto 09, 2010
quinta-feira, agosto 05, 2010
terça-feira, julho 27, 2010
segunda-feira, julho 26, 2010
domingo, julho 25, 2010
Sal
Sinto gosto de sangue na boca.
Não me lembro de onde veio o golpe ou se o golpe veio.
Sei que sinto sangue na boca e um medo danado de engoli-lo.
Cuspir? Mas onde?
Não carrego lenços.
Não culpo o chão.
Meu sorriso se feriu sozinho.
Não me lembro de onde veio o golpe ou se o golpe veio.
Sei que sinto sangue na boca e um medo danado de engoli-lo.
Cuspir? Mas onde?
Não carrego lenços.
Não culpo o chão.
Meu sorriso se feriu sozinho.
Classificados
Perdi minhas expectativas.
Quem encontrar favor enterrar em cova rasa.
Eram muitas, mas já devem estar mortas a essa hora.
Quem encontrar favor enterrar em cova rasa.
Eram muitas, mas já devem estar mortas a essa hora.
Estação
Hoje é um dia sem companhia e sem saudade.
É um dia de inércia.
De pensar e não fazer.
É dia de preguiça e da culpa.
De recomeçar sem querer.
Hoje eu queria que voltasse a rima.
Que fosse embora o ranso.
Queria outra expressão no espelho e espelho nenhum.
Queria arrumar a casa. Queria outra casa em mim.
Queria uma estrada nova e pés.
Queria um tênis de corrida.
Vendo hoje minhas asas.
Pouco usadas. Tratar aqui.
É um dia de inércia.
De pensar e não fazer.
É dia de preguiça e da culpa.
De recomeçar sem querer.
Hoje eu queria que voltasse a rima.
Que fosse embora o ranso.
Queria outra expressão no espelho e espelho nenhum.
Queria arrumar a casa. Queria outra casa em mim.
Queria uma estrada nova e pés.
Queria um tênis de corrida.
Vendo hoje minhas asas.
Pouco usadas. Tratar aqui.
quinta-feira, maio 06, 2010
terça-feira, abril 27, 2010
quarta-feira, fevereiro 10, 2010
O BBB
Ele foi parar no paredão logo na primeira semana. Como é que podia ser tão azarado? Não, não era justo. E foi por isso que ele olhou para a faca que estava na pia. Como foi que a produção nunca pensou que poderia ser perigoso deixar uma faca lá? Alegaram que os confinados tinham que preparar a própria comida. Não dava pra fazer um picadinho sem uma faca, dava?
Tudo aconteceu numa noite de eliminação, com o Brasil todo assistindo. O Bial começava a fazer sua poesia, que daquela vez teve uma rima diferente. Aquele brother nunca gostou de analistas. Odiava psicólogos. Não era ali, nunca sofá, com um bando de gente assistindo, que ele ia se conhecer. Levantou de uma vez. Foi até a cozinha, pegou a faca e a apontou para a primeira bunduda que encontrou. Foi possível ouvir os gritos de oh! da plateia que estava do lado de fora, os gritos de espanto de dentro da casa e a poética mansa de Bial: abaixe essa faca, meu amigo. A vida também tem dois gumes.
E assim, ao vivo, um homem com uma faca fez de refém 11 pessoas, que, por ironia, já estavam presas. Nunca um cárcere tinha sido tão vigiado. E nunca tão inutilmente. Milhares de brasileiros acompanhavam pela TV o homem com a faca. A audiência era tanta que eles não tiveram coragem de tirar do ar. Batiam naquele momento todos os recordes da história. A bunduda se esgoelava. Os fortões não moveram uma palha. As outras bundudas se perguntavam porque não elas. Logo elas que tinham o pescoço tão bonito.
O homem da faca pedia R$ 2 milhões em contratos publicitários e uma cela como o quarto do líder. A polícia ameaçava invadir. Boninho ameaçava cortar a luz. O homem ameaçava cortar o pescoço. De todos, um a um. Aquela prova de resistência durou 7 minutos. Pelo twitter vazou para polícia que o louco estava ali por armação. Tinha dado um trato na magrela da produção do programa e ela deu um jeito de ele ser selecionado. O Brother da faca era dono de uma empresa de verduras picadinhas e congeladas a vácuo. Como viu que o paredão chegara pra ele antes do esperado, resolveu providenciar seu milhão e fez seu próprio merchan: ter faca em casa é perigoso, prefira verduras que já vêm cortadas. E embaladas a vácuo. Ficou preso 1 ano em hospital psiquiátrico. Nesse período, sua empresa se tornou a maior exportadora de verduras picadinhas e embaladas à vácuo do planeta. O BBB continuou, sem facas. Como disse Bial na época: a vida já é afiada demais.
Tudo aconteceu numa noite de eliminação, com o Brasil todo assistindo. O Bial começava a fazer sua poesia, que daquela vez teve uma rima diferente. Aquele brother nunca gostou de analistas. Odiava psicólogos. Não era ali, nunca sofá, com um bando de gente assistindo, que ele ia se conhecer. Levantou de uma vez. Foi até a cozinha, pegou a faca e a apontou para a primeira bunduda que encontrou. Foi possível ouvir os gritos de oh! da plateia que estava do lado de fora, os gritos de espanto de dentro da casa e a poética mansa de Bial: abaixe essa faca, meu amigo. A vida também tem dois gumes.
E assim, ao vivo, um homem com uma faca fez de refém 11 pessoas, que, por ironia, já estavam presas. Nunca um cárcere tinha sido tão vigiado. E nunca tão inutilmente. Milhares de brasileiros acompanhavam pela TV o homem com a faca. A audiência era tanta que eles não tiveram coragem de tirar do ar. Batiam naquele momento todos os recordes da história. A bunduda se esgoelava. Os fortões não moveram uma palha. As outras bundudas se perguntavam porque não elas. Logo elas que tinham o pescoço tão bonito.
O homem da faca pedia R$ 2 milhões em contratos publicitários e uma cela como o quarto do líder. A polícia ameaçava invadir. Boninho ameaçava cortar a luz. O homem ameaçava cortar o pescoço. De todos, um a um. Aquela prova de resistência durou 7 minutos. Pelo twitter vazou para polícia que o louco estava ali por armação. Tinha dado um trato na magrela da produção do programa e ela deu um jeito de ele ser selecionado. O Brother da faca era dono de uma empresa de verduras picadinhas e congeladas a vácuo. Como viu que o paredão chegara pra ele antes do esperado, resolveu providenciar seu milhão e fez seu próprio merchan: ter faca em casa é perigoso, prefira verduras que já vêm cortadas. E embaladas a vácuo. Ficou preso 1 ano em hospital psiquiátrico. Nesse período, sua empresa se tornou a maior exportadora de verduras picadinhas e embaladas à vácuo do planeta. O BBB continuou, sem facas. Como disse Bial na época: a vida já é afiada demais.
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